A dança macabra do Brasil

E o que parecia fácil virou um tormento que terminou em tragédia. Fomos eliminados, nos pênaltis, por uma Croácia até agora trôpega e opaca. Mas, que, diante do Brasil, cresceu, dominou a maior parte do primeiro tempo e só foi sofrer um assédio perigoso no último quarto do tempo regulamentar.
Foi quando nosso time, depois das entradas de Antony e de Rodrygo, passou a pressionar a área inimiga, criando, pelo menos, três chances claras de marcar o gol salvador.
Antony entrou no lugar de Raphinha, que desde sua ida para o Barcelona não conseguiu reproduzir aquele futebol surpreendente dos tempos do Leeds e das primeiras atuações na Seleção. E Rodrygo substituiu Vini Jr., justamente aquele ponta-esquerda incontrolável que até este jogo era nosso principal aríete.
Pois é: tem dia que é só noite. E esse foi o nosso dia tenebroso em que o único raio de luz cortou nossos céus aos 14 minutos da prorrogação, quando aquele Neymar inesperado e impetuoso escapou da cartola mágica onde se escondia, arrancou desde a intermediária em alta velocidade, passou por dois croatas, duas tabelas exatas, fintou o goleiro e marcou um golaço.
Mas, quando nossa passagem para as semifinais parecia aberta, já a quatro minutos do apito final, Petikovic colheu de primeira cruzamento da esquerda e levou a decisão para os pênaltis, onde dançamos. Não aquela dancinha festiva e criativa que virou meme na mídia e nas redes sociais nos últimos dias. Acabou sendo, isso sim, a dança macabra da morte súbita, quando Marquinhos cobrou aquele pênalti no poste direito da meta croata.
Nossos pêsames, amigos e amigas.