Declarações de Seneme sobre o VAR revelam completa incompetência para o cargo


As declarações de Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, na CPI do Senado que investiga a manipulação de resultados em nosso futebol revelaram que o indicado gestor não tem o indispensável conhecimento do protocolo do VAR.
Com efeito, ao contrário do que Seneme afirmou, o VAR tem o inafastável dever de mostrar ao árbitro todas as imagens disponíveis. Tanto é assim que não pode haver qualquer transmissão para o público de qualquer jogo sem que o VAR tenha todas as câmeras à sua disposição, ainda que hajam três ou quatro empresas transmitindo um determinado jogo.
Essa é uma regra expressa do Protocolo do VAR. Uma coisa é o VAR mostrar as câmeras mais claras e não precisar exibir as demais, se o árbitro se der por satisfeito. Outra, absolutamente diferente, é o VAR ter opção de escolher e exibir apenas as câmeras que lhe convier.
Assim, a obrigação de o VAR exibir todas as imagens, se o árbitro as solicitar, é da natureza, da essência do protocolo do VAR, inclusive porque o VAR é um auxiliar do árbitro. Essa regra inafastável, reitere-se, tanto é da essência do processo VAR, como do dever ético e de transparência da arbitragem. Fora daí, tudo fica vulnerável!
Com esta declaração, Wilson Seneme revelou completa incompetência para o cargo, no qual só permanecerá se houver benevolência absoluta do Sr. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o que revelará que a instituição não está compromissada com a capacidade técnica de seus gestores, com a evolução de nossa arbitragem e com a ética no futebol.